quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O Lixo do Poder


Em intervalos de 2 em 2, 4 em 4 ou 8 em 8 anos, teoricamente, o governo brasileiro seria trocado através do “exercício da cidadania”, o voto da população para escolha de seus representantes.
Há reeleições inacabáveis... estados “comandados” por políticos... isso é democracia?
Votamos nos melhores? Ou nos MENOS PIORES?
A seguir, trechos de um livro de 1999... após 12 anos, você vai perceber que as coisas não mudaram...

O LIXO DO PODER – de Magno Martins

“Há duas Brasílias. Uma bela, majestosa e soberba. Essa é a mais conhecida, onde reinam os poderosos de paletó e gravata. Sempre aparecem em telejornais, no horário nobre, tendo, no fundo, a Praça dos Três Poderes. Olhada pelo rosto do país como a cortesã do poder, fede na sua bajulação. A outra, também de céu sempre azul e horizonte infinito, não tem nenhuma construção revestida de mármore ou qualquer símbolo que lembre a genialidade de Oscar Niemayer. Na verdade, é um grande cinturão de miséria. Sua gente, que ergueu a arquitetura luxuosa do poder, vive do lixo dos sedentários.” (capa)

“Vinte e um dias após tomar posse, pela segunda vez, no Governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz publicou um artigo no Correio Braziliense, com o título “Basta de Hipocrisia”. Tentava se defender das acusações de que seu retorno ao Palácio do Buriti – sede do GDF (à época) – representava a reprise da farra de distribuição de lotes, ocorrida em seu primeiro governo”. (pág 93)

“Dona Maria do Socorro da Conceição, 49 anos, cinco filhos, procedente de Barreiras (BA), alimenta-se todos os dias dos restos de comida no lixão do Supremo Tribunal Federal, a menos de 1 km do Palácio do Planalto, onde fica o gabinete do presidente Fernando Henrique Cardoso (à época). No mesmo chiqueiro, onde achou, às 10h da manhã, de uma quarta-feira da sua triste rotina, uma tapioca, dois pães de queijo duros e uma laranja podre, e comeu sem pestanejar, ela tira o sustento diário da família"(pág 39)

Nenhum comentário:

Postar um comentário